sábado, 10 de novembro de 2012

"Povo sem cultura é um povo bufão" - Isnaldo Alves

SETENTRIÃO DE MIM
Ao inesquecível amigo
Isnaldo Alves


O farol deixei pra trás
E almas naras fui procurar
Nivelei a terra dos passos meus
Acreditei reinar no subjetivo

Segui... na via que não se via o fim.

Trilhei encurvado naqueles côncavos
Sem auroras de trinos acordados
E anoiteci em estrada neblinosa

Naquele lusco-fusco passageiro

reluziam minhas reminiscências
E pisei andares incertos; vacilei
A glória era somente ogivas.

Foi nesse cruzamento letal

Que as naras almas cintilaram
E o presente robustou do meu lado
Ao ponto de partida carecia voltar

Regressei... e o suíno lá se trancou

Voltei vestido de um folclore guerreiro
Suspirei o renascimento do nexo
E dancei pelas ruas! E festejei! E vivi

A liberdade do panteão me pertencia

Ali, as matronas me ungiram de saber
Os fios difusos da ignorância se atenuaram
E soltos no chão, agonizaram; pereceram

Foi então que conspirei o fim do fim...

Vi o princípio apontar para o norte
Senti que as calmarias alvejavam o dia
E cantei a eternidade mantida de pé.


(Gladiston de Araújo)

Vou passar pimenta em sua língua!

 
 
 
 
 
 
REVERBERAR

Tudo já foi dito... é hora de redizer!
Ben-dito é o desdito que reedita o dito!
Então dita, em edito, o que o ditado desdiz

Releia a reedição da língua
Redija o verbo do tempo
Realize a releitura do nexo
Revitalize o que não é estático
Reverbere-se no novo léxico
Reconside a ressalva
"Re-sistematize" o "vale ressaltar"
Reanime as almas Camões
E revise os mares de outrora
De nunca dantes navegados.
E deixe marejar no novo falar

(Gladiston de Araújo)