Relatório sobre a atividade desenvolvida:
No feriado de 1º de maio de 2025, aproveitando o final de semana prolongado, realizei uma visita técnica ao Museu Regional Casa Henriqueta Prates, localizado na Praça Tancredo Neves, 114, Centro, Vitória da Conquista, Bahia, partindo de Felisburgo. A viagem, de aproximadamente 358 quilômetros, proporcionou um contato direto com a riqueza histórica, artística e cultural do município, permitindo uma compreensão mais profunda das origens e da identidade da cidade. Ao adentrar o espaço museológico, senti-me imerso em uma narrativa viva, em que cada objeto, fotografia e obra de arte parecia sussurrar fragmentos da história local, tecendo passado e presente em uma trama sensível e intensa.
O Museu Regional Casa Henriqueta Prates, fundado em 1991, tem como missão preservar, recuperar e divulgar a memória e o patrimônio histórico, cultural e artístico de Vitória da Conquista e região. Com onze espaços temáticos e dependências administrativas, o museu busca criar vínculos entre o que está sendo exposto e as lembranças pessoais dos visitantes, tornando a experiência mais envolvente e reflexiva.
A visita guiada revelou um acervo diversificado, com destaque especial à Sala Glauber Rocha, cineasta natural da cidade. Neste espaço, equipamentos de filmagens, vídeos, fotografias, livros, cartazes e reportagens contam a trajetória e a obra do artista, evidenciando a força e a originalidade da produção artística local. Cada item exposto remetia a inventividade e a coragem de Glauber Rocha, como se o próprio museu guardasse a pulsação criativa de um tempo e de uma cidade.
Outros espaços, como a Sala Ruy Medeiros, remetem ao sertão e à vida cotidiana no passado, com utensílios domésticos, máquinas de costura, brinquedos artesanais e objetos de montaria, enquanto a Sala Henriqueta Prates preserva memórias e fotografias que evocam a trajetória desta personalidade marcante da região. O museu também abriga um acervo significativo de obras de artistas plásticos regionais, fotografias históricas, instrumentos musicais e material bibliográfico, incluindo 1.293 livros, 179 revistas e 32 vídeos na Biblioteca Heleusa Câmara.
Mais do que uma visita, a experiência foi uma imersão sensorial e intelectual, em que pude perceber a vida e a memória de Vitória da Conquista vibrando entre paredes, vitrines e corredores. Cada objeto, cuidadosamente preservado, parece narrar histórias de resistência, criatividade e identidade cultural, permitindo uma reflexão sobre como o patrimônio material e imaterial dialoga com a comunidade e com os visitantes, transformando o museu em um verdadeiro espaço de encontro entre tempo, arte e memória.
Críticas/Sugestões
Durante a visita, percebi que, apesar do rico acervo e do cuidado com a exposição, o museu enfrenta desafios quanto à acessibilidade e à comunicação com o público. Alguns espaços não possuem sinalização clara, dificultando a circulação e a orientação de visitantes menos familiarizados com o local. Além disso, seria interessante investir em recursos interpretativos mais interativos, como painéis digitais ou aplicativos educativos, que facilitem a compreensão do contexto histórico e artístico das obras. Sugiro também fortalecer a integração com a comunidade local, promovendo oficinas, palestras e atividades educativas que aproximem moradores e visitantes da memória e da história preservadas, tornando o museu não apenas um espaço de observação, mas um centro vivo de aprendizado, cultura e pertencimento.