sexta-feira, 12 de dezembro de 2025

Atividade vinculada à extensão: Visita Técnica ao Museu Regional Casa Henriqueta Prates – Vitória da Conquista-BA

 


Relatório sobre a atividade desenvolvida:

 

No feriado de 1º de maio de 2025, aproveitando o final de semana prolongado, realizei uma visita técnica ao Museu Regional Casa Henriqueta Prates, localizado na Praça Tancredo Neves, 114, Centro, Vitória da Conquista, Bahia, partindo de Felisburgo. A viagem, de aproximadamente 358 quilômetros, proporcionou um contato direto com a riqueza histórica, artística e cultural do município, permitindo uma compreensão mais profunda das origens e da identidade da cidade. Ao adentrar o espaço museológico, senti-me imerso em uma narrativa viva, em que cada objeto, fotografia e obra de arte parecia sussurrar fragmentos da história local, tecendo passado e presente em uma trama sensível e intensa.

O Museu Regional Casa Henriqueta Prates, fundado em 1991, tem como missão preservar, recuperar e divulgar a memória e o patrimônio histórico, cultural e artístico de Vitória da Conquista e região. Com onze espaços temáticos e dependências administrativas, o museu busca criar vínculos entre o que está sendo exposto e as lembranças pessoais dos visitantes, tornando a experiência mais envolvente e reflexiva.

A visita guiada revelou um acervo diversificado, com destaque especial à Sala Glauber Rocha, cineasta natural da cidade. Neste espaço, equipamentos de filmagens, vídeos, fotografias, livros, cartazes e reportagens contam a trajetória e a obra do artista, evidenciando a força e a originalidade da produção artística local. Cada item exposto remetia a inventividade e a coragem de Glauber Rocha, como se o próprio museu guardasse a pulsação criativa de um tempo e de uma cidade.

Outros espaços, como a Sala Ruy Medeiros, remetem ao sertão e à vida cotidiana no passado, com utensílios domésticos, máquinas de costura, brinquedos artesanais e objetos de montaria, enquanto a Sala Henriqueta Prates preserva memórias e fotografias que evocam a trajetória desta personalidade marcante da região. O museu também abriga um acervo significativo de obras de artistas plásticos regionais, fotografias históricas, instrumentos musicais e material bibliográfico, incluindo 1.293 livros, 179 revistas e 32 vídeos na Biblioteca Heleusa Câmara.

Mais do que uma visita, a experiência foi uma imersão sensorial e intelectual, em que pude perceber a vida e a memória de Vitória da Conquista vibrando entre paredes, vitrines e corredores. Cada objeto, cuidadosamente preservado, parece narrar histórias de resistência, criatividade e identidade cultural, permitindo uma reflexão sobre como o patrimônio material e imaterial dialoga com a comunidade e com os visitantes, transformando o museu em um verdadeiro espaço de encontro entre tempo, arte e memória.


Críticas/Sugestões

 

Durante a visita, percebi que, apesar do rico acervo e do cuidado com a exposição, o museu enfrenta desafios quanto à acessibilidade e à comunicação com o público. Alguns espaços não possuem sinalização clara, dificultando a circulação e a orientação de visitantes menos familiarizados com o local. Além disso, seria interessante investir em recursos interpretativos mais interativos, como painéis digitais ou aplicativos educativos, que facilitem a compreensão do contexto histórico e artístico das obras. Sugiro também fortalecer a integração com a comunidade local, promovendo oficinas, palestras e atividades educativas que aproximem moradores e visitantes da memória e da história preservadas, tornando o museu não apenas um espaço de observação, mas um centro vivo de aprendizado, cultura e pertencimento.
















ATIVIDADES ACADÊMICAS COMPLEMENTARES

 Gládiston Batista de Araújo

Curso de GraduaçãoHistória - UNIFAVENI (2025)

Atividade vinculada à extensão: Visita Técnica à cidade histórica de Sabará-MG.



Relatório sobre a atividade desenvolvida:

 

Durante a visita técnica à cidade histórica de Sabará, Minas Gerais, realizada no contexto acadêmico, percorri ruas e praças que preservam marcantes traços da arquitetura colonial brasileira, a cerca de 780 quilômetros de Felisburgo. A experiência proporcionou contato direto com o patrimônio artístico, religioso e cultural da cidade, permitindo compreender a complexidade do espaço urbano como testemunho histórico. Caminhar por essas ruas foi como atravessar séculos, onde cada pedra, cada fachada, parecia sussurrar histórias de devoção, trabalho e vida cotidiana. Durante a visita, participei de roteiros guiados que incluíram o Centro Histórico, museus, igrejas seculares e o patrimônio material distribuído pelas construções que guardam séculos de memória, como o Casarão do Barão, a Igreja de Nossa Senhora do Ó, a Igreja do Rosário Inacabada e a Igreja do Carmo, esta última acompanhada de seu cemitério histórico, situado à frente do templo, reservado exclusivamente aos membros da Irmandade do Carmo, evidenciando a dimensão social e religiosa da confraria na vida da comunidade.

O destaque da visita recai sobre as igrejas e suas ornamentações, onde o barroco mineiro se manifesta de maneira exuberante. As obras sacras, talhadas em madeira e pintadas com pigmentos originais, revelam a perícia de artesãos locais e a estética própria do período colonial, mostrando como a religiosidade e a arte se entrelaçam para criar espaços sagrados que dialogam com a devoção popular. A Igreja do Rosário Inacabada, com suas paredes não concluídas, sem teto e arcos sem adornos, oferece uma narrativa silenciosa: um registro poético das dificuldades econômicas e sociais que interromperam sua construção, transformando o vazio em símbolo de história. Já a Igreja do Carmo, com sua fachada imponente e o cemitério restrito aos membros da irmandade em frente, revela a dimensão simbólica do sagrado e da memória coletiva, evidenciando como a religiosidade comunitária moldou o uso e a preservação do espaço.

Além do patrimônio material, a visita possibilitou vivenciar um pouco da dimensão imaterial da cultura local. Sabará mantém tradições e festividades que remontam aos períodos de fundação, incluindo manifestações religiosas, folclóricas e musicais. Essas experiências permitem compreender que a memória coletiva não se restringe às construções, mas se expressa nas práticas sociais e culturais que atravessam gerações.

A visita técnica a Sabará possibilitou perceber a integração entre arquitetura, arte sacra, museus e vivências comunitárias, mostrando como o patrimônio material e imaterial se complementa para formar uma narrativa histórica abrangente. Diante do exposto, reforçou a importância da cidade como espaço de aprendizagem, permitindo articular conhecimento teórico e vivência prática, compreendendo a atuação de artesãos, arquitetos e moradores na preservação da memória coletiva, assim como o valor do patrimônio cultural mineiro para a formação acadêmica em História. Caminhar pelos espaços históricos e sentir o peso do tempo nas paredes tornaram a experiência singular, transformando dados e observações em vivência poética e reflexiva.

 

 

Críticas/Sugestões

 

Embora a visita técnica tenha proporcionado uma compreensão significativa do patrimônio histórico e cultural de Sabará, observei a possibilidade de aprofundar o estudo com análises mais detalhadas das técnicas artísticas empregadas nas esculturas e pinturas, bem como comparações entre diferentes igrejas e casarões coloniais, que poderiam revelar nuances estilísticas e sociais. Sugiro também registrar manifestações culturais imateriais, como cantos, rituais e festividades locais, além de entrevistas com moradores ou especialistas, garantindo uma documentação mais completa e crítica do patrimônio histórico. A Igreja do Rosário Inacabada, em particular, merece atenção aos motivos do abandono, enquanto a Igreja do Carmo, juntamente com seu cemitério restrito à irmandade, oferece reflexão sobre a memória da comunidade, sobre a vida e a morte e sobre o papel do espaço sagrado na manutenção da identidade histórica da cidade.

Diversas dificuldades logísticas e contextuais foram observadas durante a visita: muitos espaços históricos encontram-se fechados ou com acesso restrito, e a ausência de sinalização adequada dificulta a localização e visitação. Observa-se ainda uma certa distância da população local em relação ao patrimônio histórico: embora as obras barrocas estejam presentes, a atenção dos moradores parece concentrada nas atividades cotidianas e na vida moderna, reduzindo a vivência e preservação afetiva do patrimônio. Além disso, a proximidade com Belo Horizonte, a presença de empresas mineradoras e a expansão urbana contemporânea contrastam com o caráter bucólico do centro histórico; morros ao redor e ocupações precárias, com casas “dependuradas”, evidenciam a tensão entre o barroco preservado e a realidade moderna, levando os moradores a viverem em duas realidades distintas dentro da mesma cidade. Aconselho, portanto, a implementação de medidas de orientação, preservação e conscientização comunitária, bem como estudos e projetos que valorizem a integração entre patrimônio histórico e cidade viva, promovendo maior engajamento de moradores e visitantes.















ATIVIDADES ACADÊMICAS COMPLEMENTARES

Gládiston Batista de Araújo

Curso de Graduação  História  UNIFAVENI (2025)

quinta-feira, 11 de dezembro de 2025

Atividade vinculada à extensão: Visita Técnica ao Santuário de Bom Jesus de Matosinhos – Congonhas dos Campos-MG


Relatório sobre a atividade desenvolvida:

 

Durante a Semana Santa de 2025, realizei uma visita técnica ao Santuário de Bom Jesus de Matosinhos, localizado em Congonhas dos Campos, Minas Gerais, partindo de Felisburgo, distante aproximadamente 754 quilômetros. A experiência proporcionou um contato direto com importantes manifestações artísticas, religiosas e históricas, permitindo uma compreensão mais aprofundada do patrimônio cultural brasileiro. Durante a visita, participei de diversas atividades que enriqueceram minha percepção sobre o espaço, incluindo a missa de Páscoa, a bênção dos romeiros, visitas guiadas às capelas que compõem o conjunto e à impressionante coleção dos Doze Profetas esculpidos no adro da catedral. Caminhar por entre essas figuras silenciosas, esculpidas em pedra, é quase sentir a respiração do passado, como se cada olhar esculpido carregasse histórias que atravessaram séculos.

O Santuário destaca-se pelo conjunto escultórico e pictórico que testemunha o talento de mestres renomados do período colonial brasileiro. As obras de Aleijadinho, responsáveis pelas esculturas dos profetas, revelam não apenas a maestria técnica do artista, mas também a expressividade e a força simbólica que caracterizam o barroco mineiro, transmitindo mensagens espirituais e sociais que permanecem atuais. Além disso, os afrescos de Mestre Ataíde, localizados principalmente no teto da catedral, impressionam pela riqueza de detalhes, pela harmonia cromática e pela narrativa visual que contribui para a compreensão do contexto religioso e cultural da época. Cada traço e cada composição artística demonstram o cuidado na execução das obras, a capacidade de sintetizar simbolismo e estética, e o diálogo entre arte, fé e sociedade colonial mineira.

Para além do contato com o material artístico, a visita possibilitou vivenciar as manifestações culturais e religiosas preservadas pelos moradores ao longo de vários séculos, observando ritos, festividades e tradições que marcam a Semana Santa desde a fundação do local. Participar dessas celebrações permitiu perceber a dimensão viva da memória coletiva, mostrando como o patrimônio cultural não se restringe às obras de arte, mas se manifesta nas práticas, celebrações e devoções que mantêm a identidade histórica da comunidade. O envolvimento sensorial — ouvir cânticos, acompanhar o movimento dos romeiros e a atmosfera de devoção — reforçou a compreensão de que o Santuário é, simultaneamente, espaço histórico, cultural e espiritual. Ali, história e vida se entrelaçam.

A experiência proporcionou a oportunidade de observar a integração entre arquitetura, escultura, pintura e ritual, evidenciando como cada elemento do Santuário dialoga com o espaço sagrado e com a experiência dos fiéis e visitantes. O contato direto com as tradições religiosas e artísticas contribuiu significativamente para minha formação acadêmica, permitindo articular teoria e prática, história e cultura, e compreender a atuação de artistas como Aleijadinho e Mestre Ataíde dentro do panorama histórico-cultural de Minas Gerais e do Brasil colonial, assim como a importância da preservação cultural comunitária. Esta visita reforçou o entendimento de que a história não se limita aos documentos escritos, mas se revela também nas experiências sensoriais e nas tradições vivas, oferecendo um aprendizado integral que combina observação, reflexão e registro acadêmico, com a percepção de que cada pedra, cada afresco, cada rito, é poema silencioso do passado.


 

Críticas/Sugestões

 

Apesar da riqueza da experiência, reconheço que minha observação poderia ter sido ainda mais detalhada em alguns aspectos, como a análise comparativa entre as diferentes capelas e a compreensão mais aprofundada das técnicas utilizadas por Aleijadinho e Mestre Ataíde. Uma abordagem mais sistemática das simbologias presentes nas esculturas e afrescos permitiria um registro mais técnico e crítico, fortalecendo a dimensão historiográfica da visita. Além disso, a presença de materiais didáticos ou guias especializados poderia enriquecer ainda mais a percepção sobre a contextualização histórica das obras e a evolução das práticas religiosas e artísticas no período colonial.

Como sugestão para futuras visitas, seria interessante combinar a experiência sensorial com registros fotográficos e anotações detalhadas das manifestações culturais imateriais, como cantos, ritos e movimentos dos fiéis, para que possam ser analisados posteriormente com maior rigor acadêmico. Outra possibilidade é a realização de entrevistas curtas com moradores e religiosos, de modo a complementar o estudo com relatos orais, aproximando ainda mais teoria e prática. Essas medidas permitiriam não apenas um registro mais completo, mas também a preservação do patrimônio cultural vivo de Congonhas, garantindo que a experiência de contemplação se transforme em conhecimento duradouro e compartilhável.













ATIVIDADES ACADÊMICAS COMPLEMENTARES

Gládiston Batista de Araújo

Curso/Graduação: História - UNIFAVENI

Atividade vinculada à iniciação científica: Leitura do Livro “O meu lugar”.

  


Relatório sobre a atividade desenvolvida:

 

O presente relatório tem como objetivo apresentar uma resenha crítica do livro O Meu Lugar, de minha autoria, Gládiston Batista de Araújo, publicado em 2023 pela Editora Vitrine e disponível para consulta no blog Educpoesia, na Casa da Cultura local e nas bibliotecas escolares de Felisburgo. Esta atividade configura-se como complementar do curso de História, pois envolve análise literária com enfoque histórico-cultural e interpretação crítica de memória e identidade local.

Ao reler O Meu Lugar, reafirmo que a obra constitui uma reflexão profunda sobre Felisburgo e sua comunidade, construída a partir das minhas experiências vividas, memórias afetivas e observações detalhadas do cotidiano local. Nos textos curtos em prosa poética, procurei registrar figuras simples, tradições populares, hábitos cotidianos, festas, artesanato, religiosidade, paisagens e acontecimentos locais, transformando vivências em patrimônio simbólico e contribuindo para a preservação da memória coletiva. Reconheço que, como se espera de obras memorialísticas, há predominância da subjetividade e da minha perspectiva pessoal, que nem sempre busca comprovação documental; ainda assim, isso reforça a relevância da memória afetiva como fonte de conhecimento cultural.

A obra também permite uma reflexão sobre a identidade cultural e oferece elementos de análise para pesquisadores interessados na História Cultural e na História Oral. Ao transformar experiências individuais em narrativa poética, mostro que a História não se limita a documentos oficiais, mas também se constrói a partir da memória, das experiências cotidianas e do olhar atento para a vida das comunidades. No discurso de lançamento, declarei: “Dedico este livro às pessoas comuns que, sem perceber, constroem as bases de nossa história, pois elas são a própria essência do meu lugar”, reforçando a ideia de que o cotidiano e as ações das pessoas simples constituem a história viva do município.

Reconheço ainda que minha escrita busca dialogar com autores como Cora Coralina, Guimarães Rosa e Rachel de Queiroz, que me inspiraram pelo cuidado em transformar experiências locais em narrativas universais, pela riqueza linguística e pela forma afetuosa de retratar personagens comuns sem idealizações. O Meu Lugar constitui, assim, mais do que um livro: é um gesto de valorização cultural e memória coletiva, que une literatura e História e permite desenvolver competências de análise crítica, compreensão da memória e reconhecimento da importância de narrativas literárias como registros culturais e históricos.

Como futuro professor, vejo nesta obra uma ponte entre vivência pessoal, literatura e pesquisa histórica, reforçando a função da escrita como ferramenta de preservação e reflexão cultural. A experiência de leitura me permitiu perceber mais uma vez a riqueza cultural e as histórias significativas de pequenas comunidades, mostrando que a memória afetiva complementa registros oficiais e fortalece a identidade coletiva.


 

Críticas/Sugestões

 

Ao reler O Meu Lugar e refletir sobre a escrita e o registro das memórias locais, percebo que, como autor e pesquisador, poderia ter aprofundado algumas referências históricas e sociais, contextualizando eventos e personagens mencionados com fontes externas ou registros documentais. Sugiro que futuras edições ou leituras complementares incluam notas explicativas, depoimentos de outros moradores e comentários sobre tradições e acontecimentos históricos, de forma a fortalecer a dimensão acadêmica da obra sem comprometer a sensibilidade poética que caracteriza os textos. Essa abordagem permitiria que a obra alcançasse maior profundidade enquanto fonte para estudos históricos e culturais, conciliando memória afetiva e análise crítica.


GALERIA DE FOTOS:










ATIVIDADE ACADÊMICA COMPLEMENTAR

Gládiston Batista de Araújo

Curso/Graduação: História - UNIFAVENI/2025

Atividade vinculada à iniciação científica: Curso História - UNIFAVENI: Leitura do Livro “Inquérito Agrícola e Pastoril do Município de Jequitinhonha”.

 


Relatório sobre a atividade desenvolvida:


O presente relatório refere-se à leitura que realizei da obra Inquérito Agrícola e Pastoril do Município de Jequitinhonha (Balanço Econômico), escrita por Baptista Brazil e publicada em 1922 pela Typographia do Norte de Minas, na cidade de Jequitinhonha/MG. Trata-se de um documento histórico de grande relevância, que registra aspectos econômicos, sociais e culturais do município no início do século XX, sob a perspectiva de um observador profundamente ligado ao território.

Embora a obra traga na folha de rosto a assinatura “por um pequeno lavrador”, compreendi essa expressão mais como metáfora do que como declaração literal da condição social do autor. Baptista Brazil foi, na realidade, um escritor, cronista e poeta de destaque regional, além de pecuarista e político influente, tendo sido o primeiro vereador eleito diretamente pelo distrito de Felisburgo, à época pertencente ao município de Jequitinhonha. Ao se apresentar como lavrador, ele parece se comparar ao trabalhador da terra, mas no sentido de ser também um “lavrador da palavra”, alguém que cultiva e registra a memória de sua região. Esse recurso literário, que observei ao longo da leitura, enriquece a interpretação da obra e evidencia o caráter híbrido do texto, que combina estatísticas econômicas, observações sobre a produção agrícola e pastoril, reflexões poéticas e valorização do espaço natural e humano do município.

O livro apresenta uma série de dados detalhados sobre a agricultura e a pecuária local, incluindo números de produção, preços e valores de mercadorias, evidenciando o balanço econômico do município. Durante minha leitura, percebi que Baptista Brazil descreve o cotidiano do campo, as dificuldades enfrentadas pelos pequenos produtores e a necessidade de políticas de incentivo à produção rural. Ao mesmo tempo, ele ressalta as riquezas naturais da região, destacando o potencial econômico e ambiental do Vale do Jequitinhonha e de Felisburgo, onde residia com sua família na Fazenda Ramayana.

A leitura da obra me permitiu compreender a realidade econômica e social do período, revelando as desigualdades e os desafios enfrentados pela população rural, bem como o papel de indivíduos comprometidos com a valorização de sua comunidade. O livro se constitui, portanto, como uma fonte primária de grande valor, capaz de oferecer subsídios para estudos históricos sobre Minas Gerais, especialmente sobre o desenvolvimento rural e as transformações no campo ao longo do século XX.

Considero que o estudo dessa obra contribuiu significativamente para minha formação acadêmica, pois possibilitou o contato com um texto que articula memória, economia e cultura, fortalecendo minha compreensão sobre a importância das vozes locais na construção do conhecimento histórico. A análise evidenciou que, ao conjugar estatísticas, observações sociais e reflexões poéticas, Baptista Brazil produziu um retrato abrangente da vida no campo, reforçando a necessidade de preservação da memória regional e valorização do patrimônio natural e humano do Vale do Jequitinhonha.

 

 

Críticas/Sugestões

 

Como parte de uma avaliação crítica, observei que, apesar da riqueza de informações econômicas e culturais, o autor concentra-se principalmente no aspecto produtivo e financeiro da região, oferecendo menos detalhamento sobre as práticas sociais e culturais do cotidiano popular. Esse aspecto poderia ser ampliado em futuras análises ou complementado com outras fontes locais. Sugiro, portanto, que pesquisas futuras integrem relatos orais, registros de festividades e tradições locais, a fim de enriquecer ainda mais a compreensão do contexto histórico e social do Vale do Jequitinhonha. Além disso, considero que a obra se beneficiaria de comparações mais sistemáticas com dados de municípios vizinhos, o que permitiria avaliar de maneira mais ampla o desenvolvimento regional.

Apesar dessas limitações, compreendo que a leitura do livro oferece uma base sólida para reflexão crítica, interpretação e valorização da memória histórica da região, contribuindo para minha formação e ampliando minha percepção sobre a importância das fontes locais na construção do conhecimento histórico.


ATIVIDADES ACADÊMICAS COMPLEMENTARES

Gládiston Batista de Araújo

Curso/Graduação: História - UNIFAVENI/2025


GALERIA DE FOTOS: